4 de mai. de 2011

NO DIA MUNDIAL DA PIPA, ADEPTOS USAM GRAMADO DO MEMORIAL JK PARA COMEMORAR

O céu de Brasília ganhou novo colorido ontem. Às 10h, quem passou elo Eixo Monumental se deparou com agradável surpresa: era possível ver, entre as nuvens, borboletas, peixes, ursos e tubos de diferentes cores. As pipas empinadas em frente ao Memorial JK encheram os olhos dos passantes e atraíram a curiosidade dos moradores, que queriam até comprar objetos parecidos.
 (Bruno Peres/CB/D.A Press )


O motivo para tanta beleza e diversão é o Osow, nome que remete ao termo inglês one sky one world (um céu, um mundo). Trata-se do encontro de pipeiros, que ocorre anualmente, todo segundo domingo de outubro — data que comemora o Dia Mundial da Pipa — em várias partes do mundo. Em Brasília, o Osow contou com ritmos dos outros países, graças à percussão do grupo cultural Batukenjé.

“Os nossos objetivos são divulgar essa atividade, que ainda é pouco difundida no Brasil, trazer um festival internacional de pipas para Brasília e fazer campanha contra o uso do cerol”, explica uma das organizadoras do evento, a arquiteta Miriam Neves de Sousa, 47 anos. “Desde criança tenho paixão por pipas, adoro o colorido, as formas diferentes e o fato de estar olhando constantemente para o céu”, diz.

A enfermeira Rosimeyry Felipe, 42 anos, que passava de carro por lá com o marido e os dois filhos de 7 e 14 anos, ficou encantada e decidiu parar o veículo. “Descemos para ver se era possível comprar alguma dessas pipas”, afirma. “Nunca tinha visto isso antes, achei muito bonito”, comentou o filho mais velho, Lucas.

O evento, que ocorre na capital desde 2006, contou com mais de 40 pipas, todas estrangeiras, vindas de países como a Grã-Bretanha, França, Portugal e Holanda. Estavam presentes as ornamentais — as que têm figuras de bichos e ficam estáticas no ar. Também era possível ver as acrobáticas — usadas em campeonatos mundiais para fazer manobras no céu — e o Kite Bug, um carrinho que é puxado pelo vento na pipa. O preço dessas teteias variam de US$ 2 ( R$ 3,54) a US$ 300 (R$ 531,30).

“Para mim, a pipa é um prazer, é querer voar”, comenta outro organizador do evento, o consultor técnico Mário Fernandes Carvalho. “Queremos tirar as crianças da frente da televisão e fazer algo diferente”, completa. A paixão de Mário fez com que ele organizasse festivais de pipas entre 2000 e 2006 em Portugal. Hoje, é dono de uma bela coleção de cerca de 300 pipas, que guarda em uma sala no Sudoeste.

O analista de sistemas Francisco Freire, 47 anos, costuma ir todo fim de semana ao Memorial JK. O motivo? Andar de kite bug, modalidade que une carro com três rodas e uma pipa no alto, que puxa o carro. Ele chega à velocidade de 38km/h na capital e à de 60km/h na praia.

O encontro dos pipeiros foi animado pelos tambores do grupo Batukenjé, criado em 2006, na Finlândia, por Célio Zidorio, 40, mais conhecido como “Celin do Batuê”. Aqui, o grupo conta com 70 integrantes e existe há cinco anos. “Fazemos projetos sociais. Um dos objetivoss é trabalhar com crianças da Estrutural e evitar que elas fiquem no lixão”, explica.

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